Na última quinta-feira (27), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), com apoio da ONU Mulheres, lançou a primeira pesquisa que mede a tolerância da sociedade brasileira em relação à violência contra as mulheres.
Os dados revelam que, de modo geral, a população brasileira ainda
possui uma visão de família nuclear patriarcal em que o homem é
percebido como o chefe da família e a esposa, por sua vez, deve “se dar
ao respeito” e se comportar segundo o papel prescrito pelo modelo
patriarcal heteronormativo.
Apesar de considerarem que as “rusgas menores” devam ser resolvidas
em casa, as pessoas se mostram contrárias às formas mais abertas e
extremas de violência, defendendo a intervenção pública na esfera
privada nesses casos, bem como a separação do casal e a punição dos
maridos agressores.
A
população parece reconhecer outras formas de violência, além da
violência física, especialmente a psicológica e a patrimonial. No
entanto, no que que se refere à violência sexual, a maioria das pessoas
continua considerando que as próprias mulheres são as responsáveis, seja
por usarem “roupas provocantes”, seja por não se comportarem
“adequadamente”.
Segundo o estudo, “por maiores que tenham sido as transformações
sociais nas últimas décadas, com as mulheres ocupando os espaços
públicos, o ordenamento patriarcal permanece muito presente em nossa
cultura e é cotidianamente reforçado, na desvalorização de todas as
características ligadas ao feminino, na violência doméstica, na
aceitação da violência sexual. A família patriarcal organiza-se em torno
da autoridade masculina; para manter esta autoridade e reafirmá-la, o
recurso à violência – física ou psicológica – está sempre presente, seja
de maneira efetiva, seja de maneira subliminar”.
Saiba mais sobre a pesquisa clicando aqui ou leia a íntegra do relatório aqui.
Fonte: http://www.onu.org.br/populacao-brasileira-e-ainda-patriarcal-mostra-pesquisa-do-ipea-apoiada-pela-onu/
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