quinta-feira, 10 de abril de 2014

O surgimento das primeiras escolas de Serviço Social na América Latina

O surgimento das primeiras escolas de Serviço Social na América Latina deu-se devido à necessidade de compreensão dos problemas sociais da sociedade com a finalidade de ser tornar um objeto de estudo e mediador dos conflitos entre as classes. Nesse conceito podemos citar a Igreja Católica, o Estado e a Burguesia como incentivadores na transformação indivíduo, buscando uma reforma social através de princípios básico da religião e preparo dos profissionais de Serviço Social no atendimento das necessidades do Estado, intervindo na insatisfação da classe operário e, consequentemente, favorecendo em resultados positivos a Burguesia.
            A primeira escola foi fundada em 1925, no Chile ( Santiago), chamada de Del Rio. Deu origem ao Serviço Social Latino-Americano devido a forte influência Belga, Francesa, Alemã e, consequentemente, Norte-Americana. Foi iniciativa do Estado e com o influente médico Alejandro Del Rio.
            Na América Latina, o profissional era subordinado à ter formação médica e, com isso, além de possuírem rentabilidade através da atuação na saúde, muitos trabalhavam na área de serviço social, que era de grande importância o seu conhecimento as necessidades da profissão.
            Depois em 1929, surgiu a organização Escola Elvira Matte de Cruchaga com motivações religiosas pela Igreja Católica. O objetivo era formar profissionais de serviço social capacitados para o enfrentamentos dos conflitos e a miséria da sociedade chilena, seguindo os princípios básico da Igreja no desenvolvimento de conhecimento técnicos, como no trabalho com o indivíduo, dando orientações com conteúdo religioso, entendido como vocação por seus orientadores.
            Desta forma, tinha o intuito mediar as mazelas da questão social, com visitas domiciliares das profissionais, mulheres, denominadas visitadoras. As mesmas levando paz, alegria, segurança, confiança, orientação e de uma forma normal havia claramente um controle social sob as famílias assistidas.
            A Escola Elvira Matte de Cruchaga teve influência internacional, por ser considerada a primeira escolhida pela União Católica Internacional de Serviço Social, a UCISS. Uma característica dessa organização era promover o Serviço Social na América Latina.
            No Brasil, o Serviço Social se deu através das ações da Igreja Católica no campo social. Em 1935, quando se oficializou a ação católica, D. Leme preocupado em recristianizar a sociedade criou a Universidade Católica do Rio de Janeiro, a fim de conquistar intelectuais e aproximar o Governo.
  e, segundo Iamamoto (2004, p. 18) "o debate sobre a 'questão social' atravessa toda a sociedade e obriga o Estado, as frações dominantes e a Igreja a se posicionarem diante dela".

Sendo assim, surge em 1936 a primeira escola de Serviço Social em São Paulo. Essa escola nasceu do Centro de Estudos e Ação Social – CEAS. A finalidade básica discutir a questão social dentro da doutrina católica. Nesse momento, a igreja direciona pessoas a Bélgica para se especializarem e retornarem ao Brasil com os ensinamentos do curso de Serviço Social de fora.
Foi no âmbito da influência norte-americana que importamos, progressivamente, os métodos de Serviço Social de Caso, Serviço Social de Grupo, Organização de Comunidade e, posteriormente, Desenvolvimento de Comunidade. (SILVA, 1995, p.41)
Até que em 1937 cria-se a segunda escola de Serviço Social por D. Leme, Stela de Faro e Alceu Amoroso Lima. Sendo essas duas as escolas pioneiras de Serviço Social no Brasil.
Silva (1995) afirma que desde o ano da criação das primeiras escolas de Serviço Social até 1945, são definidos três eixos para a formação profissional do assistente social são eles:
1-Formação científica, no qual era necessário o conhecimento das disciplinas como Sociologia, Psicologia, Biologia, Filosofia, favorecendo ao educando uma visão holística do homem, ajudando-o a criar o hábito da objetividade;
2-Formação técnica, cujo objetivo era preparar o educando quanto sua ação no combate aos males sociais; e a
3-Formação moral e doutrinária, fazendo com que os princípios inerentes à profissão sejam absorvidos pelos alunos.


A partir da década de 30, com a urbanização crescente, os efeitos do capitalismo, a luta de classes foi marcante para a institucionalização do Serviço Social. O profissional de serviço social, o assistente social, passou a ser colocar no mercado como mão-de-obra especializada a enfrentar os problemas sociais através de práticas, metodologias, aplicações de programas sociais.


Por Glaucia Vargas

quinta-feira, 3 de abril de 2014

População brasileira é ainda patriarcal, mostra pesquisa do IPEA apoiada pela ONU

Na última quinta-feira (27), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), com apoio da ONU Mulheres, lançou a primeira pesquisa que mede a tolerância da sociedade brasileira em relação à violência contra as mulheres.
Os dados revelam que, de modo geral, a população brasileira ainda possui uma visão de família nuclear patriarcal em que o homem é percebido como o chefe da família e a esposa, por sua vez, deve “se dar ao respeito” e se comportar segundo o papel prescrito pelo modelo patriarcal heteronormativo.
Apesar de considerarem que as “rusgas menores” devam ser resolvidas em casa, as pessoas se mostram contrárias às formas mais abertas e extremas de violência, defendendo a intervenção pública na esfera privada nesses casos, bem como a separação do casal e a punição dos maridos agressores.
A população parece reconhecer outras formas de violência, além da violência física, especialmente a psicológica e a patrimonial. No entanto, no que que se refere à violência sexual, a maioria das pessoas continua considerando que as próprias mulheres são as responsáveis, seja por usarem “roupas provocantes”, seja por não se comportarem “adequadamente”.
Segundo o estudo, “por maiores que tenham sido as transformações sociais nas últimas décadas, com as mulheres ocupando os espaços públicos, o ordenamento patriarcal permanece muito presente em nossa cultura e é cotidianamente reforçado, na desvalorização de todas as características ligadas ao feminino, na violência doméstica, na aceitação da violência sexual. A família patriarcal organiza-se em torno da autoridade masculina; para manter esta autoridade e reafirmá-la, o recurso à violência – física ou psicológica – está sempre presente, seja de maneira efetiva, seja de maneira subliminar”.


Fonte: http://www.onu.org.br/populacao-brasileira-e-ainda-patriarcal-mostra-pesquisa-do-ipea-apoiada-pela-onu/