domingo, 1 de dezembro de 2013

Ditadura e Serviço Social


           O livro Ditadura e Servico Social: Uma Análise do Serviço Social no Brasil disserta sobre a intenção do processo de ruptura , levando-se em consideração a fase de transição, analisando da década de 70 a 80, as mudanças e a proposta de continuidade através de movimentos abordando temas e debates sobre as perspectivas sobre o processo de ruptura e a necessidade de se implementar um novo currículo na prática do profissional de serviço social no eixo teórico-profissional. Com isso, cita o projeto Global em Belo Horizonte. Sendo um momento significativo para os assistentes sociais.
           Entretanto, vale ressaltar que o processo de ruptura tem haver com a influência marxista devido a forte militância de seus representantes políticos. Militância essa que foi marcada pela mobilização estudantil de 1964-68.
     Os profissionais envolvidos nesse processo eram ligados a grupo de esquerda influenciados pela igreja. E, levantavam discussões sobre “idealismo” e “materialismo”.
Num segundo momento, o marxismo acadêmico é dominante, e exigia um padrão intelectual na análise profissional da categoria, dentro do quadro de transição política e a evolução do marxismo estruturado.
Com esse entendimento e tendências democráticas utilizando-se das tradições marxistas foi de suma importância para entender a atualidade do profissional no campo de atuação no enfrentamento dos problemas sociais visíveis na prática.
O texto cita, também, o período da ditadura militar como uma fase onde os profissionais demonstraram maior resistência a crise da ditadura, profissionais esses docentes, formados, que desenvolveram durante esse momento uma maturidade intelectual, se colocando em oposição ao tradicionalismo já no final da década de 80.
Leila Santos e Vicente de Paula Faleiros se tornaram referência como profissionais com suas particularidades, mas que foram fundamentais na constituição do projeto de ruptura no Brasil e para a renovação do Serviço Social.
Leila Santos teve forte influência quando dirigiu, em Belo Horizonte, a escola mineira (1972-75) na institucionalização da categoria. Sendo que não teve êxito em sua experiência e vinculou-se ao CELATS, intervindo com reflexões críticas da proposta Belo-Horizonte focando a importância do Serviço Social na prática no campo do saber visando o papel do assistente social para a redefinição da profissão, buscando salientar o marco das políticas sociais e de assistência para o desenvolvimento do processo de ruptura.
Já Faleiros com herança marxista e militante, e sua experiência, publicou após de ter sido exilado seu primeiro trabalho em Buenos Aires, que veio para o Brasil de forma discreta mas, que seu conteúdo sócio, político  contribuiu muito para o desenvolvimento da intenção do processo de ruptura, caracterizando o avanço do Serviço Social latino-americano para a atuação do profissional no Brasil.
Essa transição retrata dois fatos marcantes fundamentais que foi na década de 60 a elaboração do grupo Belo horizonte, através de seus conhecimentos teóricos e metodológicos a construção de uma alternativa global ao tradicionalismo e a reflexão do quadro social produzida por Iamamoto pelo progresso de renovação da categoria no contexto da ruptura, voltada a compreensão do significado social do exercício do profissional com a produção e a reprodução das relações sociais para a sociedade brasileira.
A autora aborda a reflexão de Iamamoto, ligada ao sistema de produção social capitalista, principalmente, no que se refere ao capital e a divisão de trabalho nas relações e classes sociais.
Para Iamamoto, é de extrema importância à inserção do Serviço Social na intermediação dentro das instituições sociais, para que haja um controle do operário e o profissional seja um mediador a normatização da vida do trabalhador frente aos interesses da organização.
E, com a transição do capitalismo concorrencial ao monopolista, mediante as demandas, surgi a necessidade da intervenção do Estado na questão social, com a legitimação da profissão junto a prestação de serviços dos assistentes sociais dentro da prática, elaborando políticas sociais que atendam as necessidades básicas e os direitos sociais do cidadão. Transição marcada também por lutas populares e democráticas em busca de conquistas de direitos garantidos pelo Estado e pelas instituições capitalistas.
Desta forma, Iamamoto mostra a importância da modernidade do serviço social e a ruptura da herança conservadora para a renovação do serviço social no Brasil.
Essa modernidade retrata como um fato recente na formação social brasileira que contribui para o reconhecimento, a compreensão e os serviços prestados pelo profissional de uma maneira teórica, prática e crítica frente às formas de socialização, inserção e controle social.
Em suma, a renovação profissional trazida pelos profissionais do Serviço Social, prega tendências fundamentais para o enfrentamento das expressões da questão social as classes e grupos sociais, através do entendimento da vida social das classes e grupos sociais brasileiros. Abrindo, desta forma, um novo rumo para os assistentes sociais atuar suas atividades na contemporaneidade. 

Referência Bibliográfica: 

            Netto, José Paulo. Ditadura e Servico Social: Uma Análise do Serviço Social no Brasil Pós-64. 16º ed./2011. Ed. Cortez-SP.

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