terça-feira, 27 de agosto de 2013

ProJovem Urbano Prisional inicia curso para quase 2 mil alunos em dez estados (Agencia Brasil)

Cerca de 1.800 presos começaram a frequentar nesta semana as aulas do ProJovem Urbano Prisional em dez estados. O programa é fruto de parceria entre os ministérios da Justiça e da Educação e tem o objetivo de melhorar a escolaridade e incentivar a participação social de jovens privados de liberdade.
Para participar, é preciso cumprir quatro requisitos básicos: idade entre 18 e 29 anos, ter carteira de identidade e CPF, saber ler e escrever, mas não ter concluído o ensino fundamental, e ter sido condenado a prisão em regime fechado. O programa dá prioridade à população carcerária feminina.
Além de oportunidade de concluir o ensino fundamental, o programa dá aos jovens oportunidades de inclusão digital, de qualificação profissional inicial e experiências de participação social e cidadania. "Falta espaço para a educação dentro do espaço prisional", lembrou a coordenadora-geral de Reintegração Social e Ensino do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) do Ministério da Justiça, Mara Fregapani Barreto, ao falar sobre o programa.
Os cursos têm duração de 18 meses, com 1.200 horas-aulas nesse período, e o material didático é fornecido pelo próprio programa. Os presos que participam têm remissão de um dia de pena a cada 12 horas de atividade educacional.
Os estados participantes do ProJovem Urbano Prisional são: Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná e Rio Grande do Norte.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Margaridas reivindicam medidas de combate a violência contra a mulher

 A ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, recebeu, hoje (19), a Comissão Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais (CNMTR) junto com as organizações parceiras da Marcha das Margaridas, a pauta de reivindicações do movimento. Os principais pontos são o enfrentamento da violência contra as mulheres e como implementar as ações das 54 unidades móveis para mulheres em situação de violência.
A assessoria da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) informou que a entrega das unidades móveis deve ocorrer até o fim do ano. Na quarta-feira (21) serão entregues quatro unidades, duas para o Distrito Federal (DF) e duas para Goiás (GO).

Ainda nesta terça-feira estão marcadas audiências no Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e no Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, onde deverão ser recebidas pela ministra Tereza Campello. A noite acontecerá um ato pela memória dos 30 anos de assassinato de Margarida Maria Alves.
A Jornada das Margaridas vai até a quarta-feira (21), quando as camponesas realizarão um ato nacional que reunirá 400 mulheres trabalhadoras rurais. A cerimônia será realizada no LakesideHotel, às 10hs. A jornada acontece de quatro em quatro anos, quando se faz um balanço dos avanços conquistados e, também, das propostas que não foram implementadas pelo governo.

FOnte:EBC

Justiça autoriza psicólogos e assistentes sociais a ouvir depoimento de criança vítima de violência

A Justiça Federal no Ceará acatou pedido do Ministério Público Federal (MPF) e decretou a nulidade das resoluções do Conselho Federal de Psicologia e do Conselho Federal de Serviço Social que impediam profissionais das categorias de atuarem no chamado Depoimento sem Dano ou Depoimento Especial. A sentença suspende, em todo o país, os efeitos das resoluções. Com a decisão, psicólogos e assistentes sociais poderão acompanhar depoimentos de crianças e adolescentes vítimas de violência sexual, sem correrem o risco de responder a processos administrativos. Os processos instaurados pelos conselhos com base nas resoluções, que foram anuladas, devem ser paralisados.
O Depoimento sem Dano é uma prática que vem sendo adotada em casos de violência sexual de crianças e adolescentes, e que visa a reduzir traumas aos jovens e testemunhas de violência sexual durante a produção de provas judiciais. No depoimento, a vítima e o réu não ficam frente a frente. A criança, neste caso, fica em outra sala e dá o seu depoimento a um psicólogo ou assistente social. O relato é transmitido na sala de audiência por um sistema interno de TV.


Para o MPF, a ação quis assegurar a liberdade do exercício regular dos profissionais. De acordo com a procuradora da República Nilce Cunha Rodrigues, as resoluções "violam os direitos do psicólogo e do assistente social porque afrontam o livre exercício profissional destas categorias, como também o dever destes profissionais de contribuir para a prestação jurisdicional concernente às crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual".
O Conselho Federal de Psicologia sugere substituir a inquirição da vítima pela perícia psiquiátrica, ou uma avaliação psicológica. O entendimento é que o profissional é colocado em uma situação de intermediário, com o juiz ditando as perguntas por meio de um ponto no ouvido. E é preciso tirar o psicológo e a criança do papel de produção de prova.
O Conselho Federal de Serviço Social reafirmou, em nota, que "não reconhece como atribuição ou competência de assistentes sociais a inquirição de crianças e adolescentes, vítimas de violência sexual, no processo judicial" e que considera a utilização da metodologia função "própria da magistratura, e não possui nenhuma relação com a formação ou conhecimento profissional de assistentes sociais". O conselho também informou que está empenhado em "adotar todas as medidas judiciais cabíveis a fim de reverter tal decisão".
Psicólogos e assistentes sociais argumentam que devem atuar dentro de um processo de escuta – a ideia é estabelecer uma relação acolhedora e não invasiva que visa a superação dos traumas e a não revitimização, sem a necessidade de produção de provas.
A ação proposta pelo MPF teve como base denúncia apresentada em 2012 pela Secretaria de Direitos Humanos de Fortaleza, órgão vinculado ao Gabinete do Prefeito. Segundo a secretaria, os atos normativos dos conselhos estariam inviabilizando a implantação, na capital cearense, de projeto semelhante ao Depoimento sem Dano, que teve origem em Porto Alegre, mas que em Fortaleza ganhou o nome de Depoimento Especial.

Fonte:EBC

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Programa Pai Presente contribuiu para mais de 22 mil reconhecimentos espontâneos de paternidade

O Programa Pai Presente completa três anos este mês. Coordenado pela Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ), em parceria com os tribunais de Justiça de todo o país, foi criado para incentivar pais que não registraram os filhos. O programa contribuiu para cerca de 22.830 reconhecimentos espontâneos de paternidade desde a criação, em agosto de 2010.
O Pai Presente atende a mães e filhos maiores de 18 anos, que ainda não possuem o nome do pai na certidão, ou pais que desejam registrar seus filhos tardiamente. Para isso é preciso que o interessado procure o cartório de registro civil e dê início ao processo de reconhecimento de paternidade. O cartório então localiza e intima o suposto pai para que se manifeste sobre a paternidade ou toma as providências necessárias para dar início à ação investigatória.
De acordo com o CNJ, magistrados de todo o país já realizaram 22.887 audiências, com o objetivo de garantir o registro paterno às pessoas que não têm essa informação na certidão de nascimento. Também foram feitos 13.093 exames de DNA, desde o início do programa.
A iniciativa aproveita os 7.324 cartórios com competência para registro civil no país, em localidades onde muitas vezes não há unidade de Justiça ou postos do Ministério Público (MP), para dar início ao processo de reconhecimento de paternidade tardia
Fonte: EBC

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Movimentos pela democratização da comunicação lançam campanha "Quero me ver na TV"

Representantes de movimentos pela democratização da comunicação, gestores públicos, frentes parlamentares e a Comissão de Educação da Câmara lançaram hoje (6) a campanha "Quero me ver na TV", em defesa da regionalização da produção artística, cultural e jornalística e da produção local e independente nas emissoras de rádio e TV.
Durante o lançamento da campanha, no Salão Verde da Câmara, representantes dos diversos segmentos defenderam a regionalização da comunicação e protestaram contra o projeto de lei aprovado pelo Senado que regulamenta o dispositivo constitucional que trata da regionalização da comunicação. Os participantes do ato reclamaram que o texto do Senado é contrário à regionalização.
A ideia dos defensores da regionalização da comunicação é apontar os impactos “negativos” do texto aprovado no Senado e incentivar uma ampla mobilização da sociedade em torno do tema para a construção de um substitutivo plural, que dialogue com os anseios do setor e que caminhe em direção à democratização dos meios de comunicação.
Como o projeto do Senado pode ser votado a qualquer momento no plenário da Câmara, os defensores da regionalização querem evitar que o texto seja levado à votação da forma como foi aprovado pelos senadores. Para isso, querem tempo para mobilizar a sociedade e buscar alternativas que atendam a regionalização.

A presidente da Comissão de Cultura, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), informou que pediu ao presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para adiar a votação do projeto para que até o final deste ano se chegue a um acordo em torno de um texto que democratize os meios de comunicação. Segundo ela, o texto do Senado descaracteriza “totalmente a regionalização. Pretende-se tornar publico o debate e ganhar tempo para modificar o texto do Senado”.
O texto do Senado, de acordo com os participantes do ato, gerou um “profundo retrocesso na regionalização da comunicação”. Além de ter atropelado os defensores da regionalização, que defendem a votação pelos senadores do projeto de lei aprovado há mais de dez anos pela Câmara, de autoria da deputada Jandira Feghali.
Fonte:EBC

Programa de combate ao crack está em todo o país

O Programa Crack, É Possível Vencer", do governo federal, está agora em todas as unidades da Federação. Os estados do Amazonas, Amapá, Maranhão, Tocantins, de Rondônia, Roraima e da Bahia, que ainda não tinham aderido ao programa, assinaram ontem (6) a participação. Além dos estados, 28 municípios também se juntaram aos 90 que já desenvolvem ações contra o crack.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, exaltou a articulação interministerial necessária para a execução do programa, lançado em dezembro de 2011. Ele também destacou que o resultado do programa é favorável. “O balanço que fazemos é extremamente positivo. É um programa onde muitos recursos serão alocados, envolvendo vários ministérios e uma integração entre estados brasileiros, municípios e entidades da sociedade civil. É um programa de difícil execução, ousado, mas que vai bem e vai atingir seus objetivos”, disse. O governo prevê gastar R$ 4 bilhões com o programa até 2014.
A ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, participou do evento e também citou o trabalho entre os órgãos do governo. “Quando costuramos o programa, nos baseamos na articulação e na participação sistêmica de todos esses entes e áreas do governo. Temos trabalhado arduamente na articulação de todos esses atores”, declarou.
A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, chamou a atenção para a importância de dar oportunidades para aquele que conseguem se livrar da dependência do crack, reinserindo-o na sociedade. Para ela, o cidadão muitas vezes é bem-sucedido no tratamento, mas não tem expectativa de vida ou de futuro.
O Ministério da Saúde, por sua vez, anunciou o aumento da verba destinada aos centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps) em R$ 230 milhões. Os Caps atendem a dependentes químicos e pacientes com transtornos mentais durante 24 horas. Mais R$ 100 milhões serão investidos na construção de Caps em todo o país.
Fonte: EBC

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Pesquisa revela que 70% das pessoas acreditam que mulher sofre mais violência dentro de casa

Uma pesquisa feita para mensurar a opinião da sociedade sobre a violência doméstica e assassinatos de mulheres revelou que 98% da população conhecem a Lei Maria da Penha e que para 86% as mulheres passaram a denunciar mais os maus-tratos depois da existência da lei. Os dados mostram ainda que sete em cada dez entrevistados acreditam que a mulher sofre mais violência dentro de casa do que em espaços públicos e que 50% analisam que a mulher se sente mais insegura em casa do que fora.
A pesquisa Percepção da Sociedade sobre Violência e Assassinatos de Mulheres, divulgada no dia (5) na capital paulista, foi feita pelo Data Popular e pelo Instituto Patrícia Galvão com 1.500 homens e mulheres, maiores de 18 anos, em 100 municípios do país, entre os dias 10 e 18 de maio deste ano.
De acordo com a pesquisa, 54% dos entrevistados conhecem uma mulher que foi agredida pelo companheiro e 56% conhecem um homem que agrediu a parceira, mas 57% acreditam que, apesar de atualmente haver mais punição para os agressores e assassinos, a forma como a Justiça pune não reduz a violência contra a mulher. O medo se reflete na pesquisa quando 85% das pessoas disseram que mulheres que denunciam seus maridos correm mais risco de serem assassinadas.
Quando avaliado o nível social, a pesquisa indicou que 69% acreditam que violência contra a mulher não acontece só em famílias pobres. Entre os riscos e motivos para maior risco à vida da mulher foram apontados o fim do relacionamento (43%) e a denúncia sobre o agressor, seja namorado ou marido (85%). Para 92%, as agressões frequentes podem terminar em assassinato.
Para a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, Eleonora Menicucci, a pesquisa mostra que a violência contra as mulheres ultrapassas todas as classes sociais, mas a dor das mulheres com poder aquisitivo mais alto não aparece enquanto as mulheres mais pobres têm seus rostos estampados nos jornais, porque essas denunciam os maus-tratos. “Isso porque elas [as mais pobres] vão às delegacias e as mulheres que mais denunciam são aquelas que dependem das políticas públicas e dos serviços públicos”.
Eleonora destacou que este ano houve punições exemplares para agressores e assassinos de mulheres em casos que se tornaram emblemáticos devido à sua larga divulgação pela imprensa. “Há leis que pegam e leis que não pegam. A Lei Maria da Penha pegou em dois aspectos. O primeiro é que dá cadeia, acabou com aquela baboseira de distribuir cesta básica. E o segundo é que, hoje, mexe na conta bancária do agressor, que tem ressarcir a União sobre todo valor que é pago aos dependentes da mulher em caso de morte”.
A ministra se mostrou indignada com o resultado da pesquisa e disse que o governo, por meio de sua secretaria, tem que assumir a responsabilidade por essa realidade para começar a fazer alguma coisa que possa gerar mudanças de fato. “Temos que ter tolerância zero e eu acredito que deve haver uma parceria entre todos os órgãos da sociedade. Inauguraremos 11 casas da Mulher e isso é questão de honra. Não podemos mais ter pesquisas com resultados nesse nível e temos que assumir compromisso de mudar isso”.
A diretora do Instituto Patrícia Galvão, Fátima Jordão, ressaltou que as medidas para mudar a realidade da mulher que se sente insegura dentro de casa porque mora com o agressor já estão sendo tomadas. A questão é aperfeiçoá-las ou aumentar a disponibilidade dos instrumentos para a população feminina, entretanto ela colocou que a imprensa deve colaborar para mudar o rosto e a personalidade dessa violência, mostrando que esse é um problema tão grave quanto outros da sociedade.
“Quando vemos notícias sobre agressão, vemos o agressor personalizado, o monstro que emparedou a mulher. Passa-se a ideia de que existem doentes na sociedade, mas temos que passar a compreensão de que a sociedade é atrasada com essa questão e não entendeu que esse problema atinge graus de perversidade enorme competindo à mídia lidar com isso como um problema de uma sociedade machista”.
O representante do Conselho Nacional de Defensores Públicos Gerais, David Eduardo Dpiné Filho, observou que, enquanto a percepção da violência contra a mulher foi ampliada, a confiança no serviço público não aumentou na mesma medida e há ainda um deficit na qualidade do serviço prestado para essa mulher vitimizada. “Ela acaba sendo revitimizada quando procura uma Delegacia da Mulher e a burocratização do sistema ainda impede que essa mulher tenha no serviço público uma referência que lhe dê segurança para denunciar e não encontrar o agressor em casa para novamente a agredir”, analisou.
Fonte: EBC

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

CTB mobiliza trabalhadores em ato contra a terceirização

A luta contra a terceirização faz parte da pauta unificada das centrais sindicais. Barrar o projeto de lei 4330, que regulamenta e amplia a prática, é questão de honra para os trabalhadores. Apesar das reuniões que têm ocorrido com representantes do governo e do parlamento, o lobby dos empresários chega com força no Congresso para sua aprovação. Para impedir seu avanço, as centrais sindicais, como a CTB, mobilizam ações, como o ato que acontecerá em diversas capitais nesta terça-feira (6).

Participam do ato, além da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Força Sindical, entre outras.
Uma nova rodada do Grupo de Trabalho da Mesa Nacional Quadripartite, que discute o Projeto de Lei 4330, fracassou na manhã desta segunda-feira (5). Para as centrais, há retrocesso nas propostas do governo e dos empresários sobre os seis pontos considerados prioritários pelos trabalhadores: o conceito de atividade especializada; os limites à terceirização; o entrave para a quarteirização; o significado dado à responsabilidade solidária (aquela em que a empresa contratante é responsável por quitar dívidas trabalhistas deixadas pela terceirizada); o caso dos correspondentes bancários; e a organização e representação sindical.
Para as centrais, as negociações não avançam e, portanto, não há outra saída se não a da mobilização. "É um PL que muda completamente a situação do trabalhador brasileiro. E muda para pior, porque, caso seja aprovado, o empresário poderá terceirizar qualquer setor", explicou ao Vermelho Wagner Gomes, presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil. Atualmente, somente algumas atividades podem ser terceirizadas. "É dar carta branca aos empresários para que baixem os salários e, assim, aumentem o lucro", completou.
Wagner Gomes alerta que já está na fase final de discussão no Congresso.  O texto, de autoria do deputado federal Sandro Mabel (PMDB-GO), já recebeu aval do relator do PL na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara (CCJC), deputado federal Arthur Maia (PMDB-BA). Agora, sua votação está prevista para o dia 13 de agosto.
"Eles já receberam diversas desonerações na folha de pagamento, muito já foi feito para manter o setor empresarial. Agora, eles querem mais isso para continuarem lucrando. E isso não podemos deixar", exclamou o presidente da CTB, que estará presente no ato em São Paulo marcado para às 10 horas, na avenida Paulista, em frente à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Dilma sanciona Estatuto da Juventude

A presidenta da República, Dilma Rousseff, sancionou hoje (5) o Estatuto da Juventude. O texto é uma declaração de direitos da população jovem, que atualmente alcança cerca de 51 milhões de brasileiros com idade entre 15 e 29 anos, o maior número de jovens registrado na história do Brasil. Alguns trechos do texto foram vetados, no entanto, a Presidência da República ainda não divulgou os pontos retirados.
O Estatuto da Juventude foi aprovado pelo Congresso Nacional em 9 de julho, após mais de nove anos de tramitação. O texto define os princípios e diretrizes para o fortalecimento e a organização das políticas de juventude, em âmbito federal, estadual e municipal. Isso significa que estas políticas se tornam prerrogativas do Estado e não só de governos. A partir de agora serão obrigatórios a criação de espaços para ouvir a juventude, estimulando sua participação nos processos decisórios, com a criação dos conselhos estaduais e municipais de Juventude.
O texto do Estatuto da Juventude faz com que novos direitos sejam assegurados pela legislação, como os direitos à participação social, ao território, à livre orientação sexual e à sustentabilidade. Durante a cerimônia de sanção, a presidenta também assinou o decreto de criação do Comitê Interministerial da Política de Juventude.
Para a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Vic Barros, o Estatuto da Juventude representa o "aprofundamento da democracia por integrar de forma protagonista a juventude na sociedade que queremos". A sanção, segundo Vic Barros, dialoga com as "vozes que foram para as ruas" nos meses de junho e julho.
Segundo o presidente do Conselho Nacional de Juventude, Alessandro Belchior, os jovens têm feito da rua um “espaço privilegiado de vivência”, mas criticou a violência na repressão policial das manifestações pelo país. “Agora as ruas pedem mais, mais direitos, mais liberdade e mais democracia. Não conseguiremos materializar os direitos dos jovens sem falar nas recentes e violentas repressões”, disse Belchior. 

sábado, 3 de agosto de 2013

Números do Pnud comprovam diferença de desenvolvimento entre Sul, Norte e Nordeste

A diferença de desenvolvimento entre os estados do Centro-Sul, Norte e Nordeste do Brasil ficou evidente com a divulgação do Atlas do Desenvolvimento Humano Brasil 2013, lançado esta semana pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). O ranking estadual pode ser dividido em duas partes. As unidades federativas localizadas na metade de baixo do mapa ocupam as primeiras 11 posições. O primeiro representante do Norte do país é o Amapá, em 12º lugar. O Rio Grande do Norte, melhor estado nordestino, só aparece na 16ª posição.
O estado de Alagoas é o último colocado. O Maranhão aparece em 26º lugar e o Pará, em 25º. Apenas a capital Maceió tem o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) considerado alto entre as cidades do estado e, mesmo assim, aparece atrás de 1,2 mil municípios na lista. Os índices de renda dos 5.565 municípios avaliados mostram 14 cidades do Maranhão entre as 20 últimas colocadas. O IDHM é o resultado da análise de mais de 180 indicadores socioeconômicos dos censos do IBGE de 1991, 2000 e 2010.
O secretário de Desenvolvimento Social e Agricultura Familiar do Maranhão, Fernando Fialho, reconhece os desafios que o estado precisa enfrentar para melhorar os índices, mas prevê melhorias a partir de programas já em execução. “Temos muitos desafios pela frente. O Maranhão tem uma ocupação muito esparsa, e isso dificulta o acesso às políticas públicas. Isso está incluído no planejamento do governo, inclusive fazer a interligação por asfalto de todos os municípios”, explicou. Ele destacou que o estado tem trabalhado em projetos de interiorização da indústria, para levar desenvolvimento a todos os municípios de maneira igual.
Na análise do secretário, o Maranhão e os demais estados do Norte e Nordeste sofreram com uma espécie de “exclusão”, que priorizou o desenvolvimento das regiões Sul e Sudeste e promoveu o atraso mostrado no estudo. “O desenvolvimento econômico no Brasil começou excludente. O Nordeste sempre teve um coeficiente muito baixo de investimentos públicos transformadores. Mas, ao longo dos últimos anos, isso foi melhorando”. O secretário de Planejamento e do Desenvolvimento Econômico de Alagoas, Luiz Otávio Gomes, concorda com Fialho. Para ele, o déficit é histórico.
“Isso ocorre ao longo do tempo. No Sul e no Sudeste há mais desenvolvimento porque as políticas do país são mais concentradas nessas regiões. Onde estão as indústrias de grande porte e os maiores investimentos do nosso país? No Sul e sudeste”, destaca. Segundo ele, há a necessidade de uma política de desenvolvimento regional para o Nordeste brasileiro. Mas, apesar de Alagoas ocupar a última colocação no ranking, ele ressalta a melhora do índice, de baixo para médio. Segundo ele, mudanças devem ser vistas no estado nos próximos anos, com investimentos em saúde, educação, segurança e inclusão produtiva.
Para o professor de ciência política da Universidade Federal de Alagoas Ranulfo Paranhos, o quadro apresentado no estudo se deve a problemas históricos de gestão. “O indivíduo responsável pela política pública não está tomando a decisão correta. E não são só os governadores. Existem as assembleias legislativas e prefeitos, pessoas que devem propor soluções para os problemas de economia, educação, emprego e renda”. Segundo ele, esses problemas se relacionam, uma vez que não seria possível estimular o mercado de trabalho e propor melhores salário em localidades onde a escolaridade é muito baixa e não há qualificação profissional.
Paranhos ainda destaca diferenças entre as formas de fazer política no Sul e no Norte do país. Segundo ele, as características influenciam diretamente os números apresentados pelo Pnud. “Em geral, estados do Norte e Nordeste têm uma elite política que não circula, não abre espaço para inovação. Essas elites, normalmente familiares, se perpetuam muito mais que as do Sul e Sudeste e não têm uma oposição forte. E se essas elites não apresentaram solução para os problemas de suas regiões nos últimos cinco, dez anos; não vão fazê-lo nos próximos 20 anos.”
O doutor em história social e professor da Universidade Federal do Pará (Ufpa) Agenor Sarraf também vê prejuízos na cultura política da região. “Vai chegar ao poder, muitas vezes, uma pessoa que já está comprometida com seu grupo, com uma certa elite. E aí o governo não é para todos, é para poucos”. Ele critica a falta de diálogo dos gestores com as características específicas de determinadas regiões do país.
“No município de Melgaço, por exemplo, 78% dos 24 mil habitantes estão em um grande espaço rural, não moram [de forma] concentrada. Se não houver uma oportunidade de melhoria de vida, essas famílias não sairão dessas localidades. Esse modelo de política pública nacional é europeu, urbanocêntrico e não leva em conta a diversidade, a especificidade cultural”, acrescentou.
Fonte: EBC